segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Em 4 de fevereiro nascia o poeta Jacques Prévert

O autor de "Palavras"(Paroles)


"Embauché malgré moi dans l’usine à idées
J’ai refusé de pointer
Mobilisé de même dans l’armóc des idées
J’ai déserté"
J.Prévert

Empregado contra a vontade na fábrica de ideias
Recusei-me a marcar o ponto
Mobilizado mesmo assim para o exército das ideias
Eu desertei



«Notre Père qui etes aux cieux,... Restez y !
et nous,
nous resterons sur cette terre
qui est parfois si jolie. »
J. Prévert


Pai nosso que estais no céu…Ficai por lá!
Que nós,
Nós continuaremos na terra
Que por vezes é tão bonita.


Jacques Prévert, poeta francês (n. Neuilly-sur-Seine, 1900 - m. Ormonville-a-Petite, 1977), e um dos expoentes da literatura francesa, tem agora finalmente o seu livro Paroles traduzido para português nas edições Sextante com tradução de Manuela Torres

Poeta, surrealista, guionista, escritor de diálogos e de contos infantis, o seu talento desdobrou-se por múltiplos géneros e sempre com geral admiração. Foi um assumido e visceral poeta libertário, cultivador da liberdade e do espírito de revolta, a cujo humor corrosivo não escapava nenhum símbolo burguês, seja ele o clericalismo, o militarismo ou a moral hipócrita. ( um dos seus poemas mais corrosivos é "Tentative de description d'un dîner de tête à Paris-France”, de 1931.

A publicação do seu livro de poemas Paroles em 1946, constituiu um marco importante que mereceu o geral reconhecimento público, tendo então ingressado no colegio da patafísica, onde alcançou o grau de sátrapa em 1953.

Para além de representar a vida parisiense, as suas ruas e gentes, a cultura popular e boémia, a sua obra revela um empenhamento pelas causas sociais, pelo pacifismo e pela liberdade, identificando-se com o anarquismo e as ideias libertárias.

Jacques Prévert parece falar quando escreve. É um homem da rua e não da literatura de salões e de bibliotecas. Encontra a poesia por todo o lado que passa, ao virar da esquina ou nuns simples lábios.
A sua poética é des-respeituosa para com todos os conformismos e mostra-se delirante sobre as coisas simples da vida. São celebrações libertárias e improvisações de humor crítico e corrosivo.

Em 1930 rompeu com André Breton - representante máximo dos surrealistas - demasiado autoritario para o seu gosto, afastando-se igualmente do partido comunista onde nunca, de resto, chegou a militar, abraçando então assumidamente as ideias libertárias do anarquismo. Contra as pretensas virtudes o velho patriotismo, Prévert sempre se manifestou o seu declarado antimilitarismo e pacifismo que não admitia qualquer concessão.


Escreveu também vários guiões para cinema, em especial para o realizador Marcel Carné, entre as quais se encuentra Drôle de drame (1937), Le jour se lève (1939) e a mais famosa, Les enfants du paradis (1945).
Muitos dos seus poemas são cantados pelas figuras mais importantes da Chanson francesa e seleccionados para servir de lectura e estudo nas escolas de francês em todo o mundo.


Os seus poemas tratam geralmente do quotidiano de uma grande cidade como é Paris, dedicando-se a realizar contínuo jogos de palabras, e reinventando musicalmente a linguagem poética numa singular demonstração da sua capacidade imaginativa e inspiração poética.
Ligado ao surrealismo, mas mantendo a sua independencia e especificidade, a sua poesia está recheado de imagens e recursos literários que nos dão a ver uma naturaleza fluída e uma composição heteróclita de objectos e pessoas.

Nos seuscontos infantis, como O Pequemo Leão, Cartas desde as ilhas Baladar, Contos para crianças más, A pastora e outros ( já anteriormente traduzidos para português), Prévert mostra que sabe manejar com sensibilidade e maestria a rebeldia do eterno insubmisso que existe na criança e no jovem. Do Blog Pimenta Negra






Les feuilles mortes


musique: Joseph Kosma, paroles: Jacques Prévert, interprete pour la premiere fois par Yves Montand en 1946)

C'est une chanson, qui nous ressemble
Toi tu m'aimais et je t'aimais
Nous vivions tous, les deux ensemble
Toi que m'aimais moi qui t'aimais
Mais la vie sépare ceux qui s'aiment
Tout doucement sans faire de bruit
Et la mer efface sur la sable les pas des amants désunis

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