domingo, 27 de janeiro de 2008

O Estado de São Paulo mostra que sobra papel e falta informação



O jornal O Estado de São Paulo publica hoje uma dessas reportagens contra os políticos, no caso os governadores, e seus supostos "privilégios" com viagens. No fundo, não dá para estabelecer rigorosamente nada, da página dedicada pelo jornal ao assunto.

Quer dizer, nada não. Dá para ver o viés udenista do Estadão que chega ao ridículo na sua manchete de somar os dias em que todos os governadores ficaram no exterior, totalizando 373 dias, como se tivessem viajado juntos um ano inteiro.

Talvez até a matéria mostre alguma coisa, mas sobre o que o Estadão não aprofundou.

A página do jornal inclui uma coluna que recensa as viagens dos governadores ao exterior e os dias que ficaram fora. Nada esclarece sobre os motivos dessas viagens e pelo tanto não permite qualquer julgamento sobre a pertinência das mesmas.

Pelas informações transmitidas pelas autoridades estaduais, sabe-se que o governador Luiz Henrique (PMDB) de Santa Catarina ficou, no ano de 2007, 56 dias fora e o governador de Piauí, Wellington Dias (PT) 9 dias.

Podemos notar, por exemplo, que o governador Aécio Neves, de Minas, ficou 20 dias no exterior, tendo visitado nas diferentes viagens países como Colômbia, EUA, Inglaterra, Suíça e Israel.

A única coisa que chama a atenção é que só cinco governadores comunicaram os gastos com essas viagens, o que dependendo dos assuntos tratados nestas visitas, tampouco tem maior significado.

A curiosidade fica por conta destes dados. O governador de Maranhão, Jackson Lagos (PDT) por exemplo, teve custo de R$ 37.200 por duas viagens, uma para Argentina 1 dia e outra para Uruguay onde ficou dois dias. Total 3 dias para dois países próximos, por R$ 37.200. O governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB) viajou 5 dias para Espanha e Portugal e gastou R$ 43.800. Já o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), esteve em Portugal, foi para os EUA, viajou para India, para França, para Suiça, para Itália e Portugal, viagens todas elas feitas em datas diferentes durante todo 2007 e que totalizam 27 dias fora do Brasil. Só que ele gastou apenas R$ 17.884. Será que as cifras estão certas?

Alguma coisa soa extranha, não é? Será que nosso Sherlock Serra pesquisou para conseguir vôos charters, Albergues da juventude, Restaurantes bom prato e foi de ônibus para suas reuniões ou encontros? e os outros são uns descuidados com o dinheiro público? Provavelmente, nem uma coisa, nem outra.

Por último, tem governador que não fez uma única viagem em 2007. Deveria receber um prêmio? ou são incompetentes para fazer convênios e trazer recursos para seus Estados?

Será que o Estadão não tem nada mais importante para informar aos seus leitores no domingo.

Luis Favre

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