domingo, 18 de novembro de 2007

Desigualdade entre sexos cai no Brasil

Acesso das mulheres a recursos e oportunidades dos homens passou de 65,43% no ano passado para 66,37% em 2007

Brasil ocupa a 74ª posição entre as 128 nações que integram índice de 2007 do Fórum Econômico Mundial; países nórdicos lideram lista

DENYSE GODOY
DE NOVA YORK

De 2006 a 2007, o Brasil conseguiu reduzir em aproximadamente um ponto percentual as desigualdades entre homens e mulheres: enquanto no ano passado elas tinham acesso a 65,43% de todos os recursos e oportunidades que estavam disponíveis para eles, neste ano a participação subiu para 66,37%.
Com essa taxa, o país está apenas na 74ª posição entre as 128 nações que integram o Índice de Desigualdade entre Gêneros, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial.
Os quatro primeiros lugares da edição mais recente do relatório anual, divulgada na semana passada, ficaram com os países nórdicos. A equiparação entre os sexos está em 81,46% na Suécia (81,33% em 2006); 80,59% na Noruega (79,94%); 80,44% na Finlândia (79,58%); e 78,36% na Islândia (78,13%).
O Iêmen é o que apresenta o maior abismo: sua população feminina só alcança 45,1% dos meios de que os homens podem lançar mão -ante o ano passado, houve piora, porque então o índice era de 45,95%.
Dentre as nações latino-americanas, a melhor colocação foi obtida por Cuba, com 71,69% de igualdade.
"Observando os números do líder no ranking e do último colocado, podemos ter uma idéia exata do tamanho do desafio. Esperamos que o levantamento sirva como um alerta para os governantes e que eles possam trocar idéias entre si sobre iniciativas que deram certo", disse Saadia Zahidi, diretora do Programa de Mulheres Líderes do Fórum.
Na média mundial, a eqüidade entre homens e mulheres no que diz respeito ao acesso à educação básica e superior subiu de 91,55% para de 91,6%; em relação a salários e possibilidade de galgar postos de trabalho mais altos, o índice passou de 55,78% para 57,3%; quanto ao poder político, cresceu de 14,07% para 14,15%.
O único aspecto em que houve piora foi saúde e expectativa de vida: 96,26% para 95,81%.
"O estudo apontou também ligação entre a competitividade dos países e o tamanho da desigualdade entre os gêneros. Dar às mulheres as mesmas chances de qualificação pode se traduzir em vantagens econômicas", disse Laura Tyson, professora da Universidade da Califórnia em Berkeley, co-responsável pelo relatório.
O Brasil exibe valores superiores à média em saúde (97,96%), categoria em que é líder na América Latina; educação (96,86%); e participação econômica (64,49%). Na área política, porém, o índice é de 6,17% somente, o que significa que a representação feminina no governo e comando das empresas é muito pequena.

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