segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Bolsa-Familia e sálario mínimo, as duas armas do governo Lula contra a desigualdade

Uma polêmica boa para o governo federal: o salário mínimo valorizado de maneira significativa pelo governo Lula tem contribuído mais que o Bolsa-familia na queda da desigualdade?


Bolsa Família teve impacto menor (jornal O Globo)

Medindo o efeito na queda da desigualdade dos programas de transferência de renda de Brasil, México e Chile, o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Sergei Soares, calculou que o Bolsa Família foi responsável por 21% da queda da desigualdade. Ele usou fórmula diferente do economista da UFRJ, João Saboia, e não calculou como o mínimo atuou nessa mudança.

Ele defende o mínimo como instrumento na redistribuição de renda, mas lembra que estudos mostram que altas excessivas podem levar, em pequena escala, a aumento de desemprego e informalidade: — É muito difícil medir esse efeito do mínimo. Mas sem dúvida é um bom instrumento, principalmente se o Orçamento da União for limitado. O mínimo age no meio da distribuição e o Bolsa Família entre os mais pobres e mais rapidamente.

Segundo ele, há espaço para valorização do mínimo sem efeitos colaterais. E mais espaço para reajustar o Bolsa Família — que tem no desestímulo ao trabalho um resultado indesejado: — O benefício ainda é muito baixo para causar isso e os valores podem aumentar bem.

Segundo Soares, o mercado de trabalho como um todo respondeu por 85% da queda da desigualdade. Nessa conta, estão os efeitos da redução do hiato urbano-rural, a melhoria da qualificação da mão-de-obra com o aumento da escolaridade e a valorização do mínimo. Já a Previdência contribuiu com 32%. O estudo considera o período de 1995 a 2004.

Mesmo com cálculos diferentes, Saboia compara os efeitos: — O mínimo, em período bem semelhante, respondeu cerca de três vezes a mais na melhoria da distribuição de renda.

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