segunda-feira, 30 de julho de 2007

Reflexões pessoais que visam ao entendimento

O horror da tragédia da TAM foi objeto da mais detestável campanha de ódio da qual se tenha notícias. Amigos e familiares das pessoas mortas no acidente, chocadas pela dor e as perdas irreparáveis, foram usados para uma manifestação e campanha oposicionista inescrupulosa.

Cavalgando no desespero alheio, oportunistas e aproveitadores tentam angariar apoios para conseguir algum usufruto político e futuramente eleitoral, do acidente da TAM, jogando nas costas de Lula, Marta e do PT o sangue de vítimas inocentes.

Mas é bom lembrar que este movimento foi insuflado por setores da mídia intensamente engajados na oposição ao governo federal e que procuram, a todo custo, impor uma desmoralização ao governo e às forças políticas e sociais que o sustentam, para abrir o caminho a um retorno da oposição ao poder.

Uma sadia reação democrática jogaria luz sobre a manobra ignóbil e exporia os artífices do movimento "Cansei", identificados como expoentes da elite paulista, respaldados em organizações de empresários e de classe média sem maior apoio popular.

Porém, seria um grave erro de julgamento e politicamente um desastre para o país se a resposta a este caminho de ódio levasse a uma exacerbação da luta de classes, de radicalismos infantis e de pregações ofensivas para aqueles setores que podem se identificar no palavrório vazio e reacionário dos "cansados".

Não devemos esconder nossas próprias carências e erros, na denuncia fácil da "elite branca”, da insensibilidade social da burguesia e do apartheid social em que sustenta seus exorbitantes privilégios.

Os desafios presentes, a começar por medidas urgentes para resolver a crise aérea e também os gargalos na infra-estrutura, enfrentar as terríveis carências na educação, na segurança pública e na saúde, além de manter o curso positivo da economia do país, exigem a união e o diálogo entre todos os setores sociais e uma postura construtiva dos atores políticos, tanto da oposição como da situação.

Convém registrar que a reação do presidente Lula à crise aérea, com a nomeação do novo ministro Nelson Jobim, foi acompanhada positivamente pelas forças da oposição responsáveis e por vários veículos de comunicação.

Retomar a agenda positiva para o Brasil passa hoje pela adoção imediata de medidas para reduzir o tráfico em Congonhas, ampliar Guarulhos e Viracopos, assim como a construção do trem São Paulo-Guarulhos-Campinas com o concurso financeiro do governo estadual e das prefeituras, e com a intervenção decisiva do governo federal.

O mesmo esforço financeiro e de agenda prioritária que o governo federal implementou no Rio de Janeiro, permitindo que além do PAN, tenhamos hoje um começo de resposta às questões de segurança, deve ser feito conjuntamente pelo presidente Lula, o governador José Serra e o prefeito Gilberto Kassab, para São Paulo.

Aos pregadores do ódio nossa rejeição, com argumentos.

Nossa prioridade deve ser corrigir e aprender com nossos erros. O Brasil requer a mão estendida para construir consensos que, rejeitando os populismos demagógicos e os elitismos revanchistas, consolide a democracia. Esta sim será a melhor demonstração de força de um governo respaldado pelo povo.

Luis Favre

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