domingo, 22 de abril de 2007

Prefeitura de SP influencia jogo de 2010


Hoje, 22 de abril de 2007, 13:40:07
KENNEDY ALENCAR

Colunista Folha Online

A disputa pela Prefeitura de São Paulo no ano que vem ajudará a moldar os planos eleitorais para 2010 dos quatro principais partidos do país: PT, PSDB, PMDB e DEM (ex-PFL). Leia mais (22/04/2007 - 00h02)

Um comentário:

Anônimo disse...

Reeleição: o PT e o muro

Ao reunir o seu Diretório Nacional no final de semana, o PT decidiu subir no muro acerca do tema da reeleição. A resolução aprovada faz apenas uma única referência ao assunto que pontificou no debate político da semana passada: "o PT sempre foi contra a reeleição".

A partir desta seca referência não há nada no sentido de esclarecer se o partido encaminhará o apoio ao fim da reeleição. A referência poderia indicar que o PT agirá para aprovar o fim da reeleição. Ocorre que a resolução afirma que dará ênfase à reforma política, destacando apenas quatro pontos: fidelidade partidária, financiamento público de campanhas, voto em lista pré-ordenada e fim das coligações proporcionais. Assim, o fim da reeleição não aparece como uma prioridade do PT na reforma política.

O PT subiu no muro sobre o tema do fim da reeleição pela seguinte razão: o partido, de fato, sempre foi contra a reeleição, assim como o presidente Lula. Ocorre que aprovar o fim da reeleição acertará a vida do PSDB para a sucessão de 2010. José Serra e Aécio Neves poderão se compor em torno da candidatura presidencial do governador paulista.

Mas como o fim da reeleição pode interessar também a Lula em face da perspectiva de um retorno à presidência em 2014, o PT não quer posicionar-se de imediato, antes que a conjuntura defina com mais nitidez os cenários para as eleições de 2010. Ganhar tempo, aguardando esta maior nitidez, parece ser a tática do PT.

Não há, de fato, a necessidade de precipitar uma decisão sobre o fim da reeleição. A definição pode ficar para depois das eleições municipais de 2008. Os prefeitos eleitos no próximo ano ainda teriam direito à reeleição. Mas se o fim da reeleição for aprovado em 2009, o futuro presidente e os futuros governadores já não teriam o direito de reeleger-se.

Os petistas que são favoráveis ao fim da reeleição defendem um mandato de cinco anos para o presidente, governadores e prefeitos e com eleições coincidentes para estes cargos executivos. Os petistas defendem um tempo mais elástico entre uma eleição e outra por considerarem que eleições de dois em dois anos atrapalham a vida administrativa do Estado.

A partir do encontro entre o presidente Lula e o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, abriu-se uma possibilidade para que alguns pontos de reforma política sejam aprovados. Cada partido apresentará os pontos que deseja ver aprovados e buscar-se-á a construção de um consenso, visando implementar uma reforma política pontual. O PT, por exemplo, apresentará os quatro pontos discriminados acima. Mas nem no PT e nem no PSDB há consenso sobre o tema do voto em lista pré-ordenada. Isto indica que haverá um grau alto de dificuldades de se construir um consenso, até mesmo em se tratando de uma reforma política pontual.